Ophelia” (2018) é um filme que tem como proposta contar uma das histórias mais famosas de todos os tempos, Hamlet, sob uma perspectiva diferente, a de sua amada, que dá título ao filme.
Para aqueles que conhecem o livro de Shakespeare a obra pode surpreender, por mudar a percepção do espectador sobre o sofrimento de Hamlet. Por ser contada com foco na trajetória da jovem Ophélia( Daisy Ridley) , a trama traz outras questões sobre as repressões sofridas pelas mulheres no período histórico e as disputas por status no ambiente aristocrático.
Ophelia é uma das amas da rainha Gertrude (Naomi Watts), mas apesar de frequentar a corte, sua família não pertence a ela, e as diferenças sociais se tornam claras em sua relação com as demais amas. A sua conexão com Hamlet( George MacKay ) se dá na infância, período em que as distinções sociais não são tão evidentes. Com o retorno do jovem príncipe à corte, seus laços são estreitados e floresce um romance entre os dois, com direito a todos clichês de “courtly love“, desde a ideia de dama inalcançável, até a devoção e o casamento proibido.
O drama da jovem envolve questões familiares, pressões sociais e emocionais. Mas isso não a coloca como vítima passiva em nenhum momento, o que se torna o diferencial na trama, seguindo a tendência atual do cinema de apresentar personagens femininos fortes, como resposta às pressões feitas virtualmente por movimentos sociais.
Destaque para a interpretação de Daisy Ridley, que consegue trazer com maestria vida e emoções densas à Ophelia, transformando-a em uma personagem feminina forte sem exagerar no tom. A expressão corporal da atriz rouba a cena em diversos momentos, o que poderia ser um trabalho árduo contracenando com atores consagrados como Naomi Watts e Clive Owen.
Me privando dos spoilers, a apresentação do filme, dirigido por
Claire McCarthy, não envolve outras grandes diferenças que mereçam ser ressaltadas. Tecnicamente foi muito bem produzido, com fotografia impecável, que remete às pinturas inspiradas na história, o fundo musical também compõe com a atmosfera, apresentando uma canção que lembra cantigas medievais, e dá um tom sombrio à trajetória de Ophelia.
O desenvolvimento geral da obra foi elaborado de uma forma agradável, sem sobressaltos ou prolongamentos desnecessários, deve agradar aos amantes de filmes épicos, como eu.
Ficha Técnica:
Elenco:
Daisy Ridley – Ophelia
Naomi Watts – Gertrude / Mechtild
Clive Owen – Claudius
Tom Felton – Laertes
George MacKay – Hamlet
Dominic Mafham – Polonius
Daisy Head – Christina
Anna Rust – Mechtild
Direção:
Claire McCarthy
Ano de Lançamento:
2018
Filme parece maneiro. Apesar de não curtir este tipo de filme, digamos, vou dar uma olhada.
P.s: vim pela crítica da Mansão Bly, lá do grupo de terror, mas como não vi ainda, só li pedaços do texto. Volto quando terminar. Haha. Blog bacana.
CurtirCurtir